ABSTRACT
Trata de um estudo epidemiológico descritivo cujo objetivo foi analisar a incidência de óbitos externos na população masculina, na faixa etária de 15 a 64 anos, residente no município de Campinas, São Paulo, no período de junho de 1999 a maio de 2000, relacionando-se esta incidência com a história ocupacional dos indivíduos. As causas externas constituem-se na segunda principal causa de morte no país, atingindo principalmente homens em idade produtiva. Busca analisar a ocorrência de óbitos por acidentes e violências, considerando-se aspectos referentes ao modo de inserção dessa população no mercado de trabalho, além das condições de trabalho específicas. Procura revelar ainda a relevância da associação desses eventos com a atividade laborativa, caracterizando-os como acidentes de trabalho. As informações foram obtidas a partir de declarações de óbito e de entrevistas com familiares ou pessoas próximas aos indivíduos falecidos, complementadas pelo levantamento de outras fontes secundárias existentes. A metodologia utilizada incluiu análises quali-quantitativas de características socioeconômicas e de saúde. Além de estimar o peso e a importância do subregistro de acidentes do trabalho em nosso meio, o estudo permitiu aprofundar o conhecimento e a reflexão sobre o impacto das recentes transformações no mundo do trabalho no perfil de mortalidade dos trabalhadores, caracterizando a ocupação como um indicador social. Desse modo, espera-se contribuir para o conhecimento da magnitude e das características da ocorrência de eventos acidentários fatais e dos diferenciais de mortalidade da população em estudo, possibilitando adoção de estratégias e medidas de prevenção e controle.